Muçulmanos fulani matam dezenas de cristãos em vilarejos na Nigéria

 

Muçulmanos fulani mataram 14 cristãos em um vilarejo perto de Jos, no estado de Plateau, Nigéria, e outros oito em outro vilarejo, relataram fontes que atuam em parceria com monitores da liberdade religiosa no país.

Pastores de rebanho da etnia fulani atacaram a vila de Kwi, no condado de Riyom, vizinho a Jos, por volta das 23h00 do último domingo, 23 de maio, disse o morador Solomon Mandiks, um ativista dos direitos cristãos.

“14 cristãos foram massacrados até a morte, incluindo crianças”, disse Mandiks ao portal Morning Star News em uma mensagem de texto. “Oito membros de uma família foram mortos. Isso ao lado de mais seis outros cristãos mortos pelos pastores da aldeia”, acrescentou.

Horas antes, na mesma noite, na vila de Dong, no condado de Jos North, muçulmanos fulani armados atacaram e mataram oito cristãos, segundo testemunho dos moradores da área. Asabe Samuel, 60 anos, membro da congregação local da Igreja Evangélica Winning All (ECWA), disse em uma entrevista que um grande número de pastores de rebanho invadiram o vilarejo quando os residentes estavam prestes a dormir.

“Eu estava perto da área central da vila, que tem lojas e serve de mercado, quando ouvi homens armados fulani atirando ao redor da minha casa. Isso nos forçou a correr para nos esconder”, explicou Asaba

Como os sons de tiros vinham da direção de sua casa, outros a aconselharam a não voltar para casa, disse ela: “Ainda corri para minha casa e, quando estava me aproximando, descobri que um certo Istifanus Shehu, 40, membro da COCIN [Igreja de Cristo nas Nações] que tinha problemas de saúde mental, foi morto a tiros, e seu cadáver jazia ao lado de minha casa. Ouvimos os atacantes se retirando e gritando ‘Allahu Akbar’ [Allah é maior]. Os pastores também se comunicavam na língua fulani”, detalhou a idosa.

Depois que os agressores se retiraram, os moradores encontraram oito cristãos mortos em ataques a quatro casas. Além de Shehu, ela identificou os mortos como Ruth Adamu, 20; Naomi Adamu, 40; Friday Danladi Riya, 22, todos membros da ECWA; Awuki Matthew, 28; Gospel Matthew, 4; PraiseGod Matthew, 2, católicos; e um identificado apenas como Chinyere da Igreja Anglicana de St. Jude.

“Awuki Matthew foi morta ao lado de suas duas filhas, Gospel Matthew e PraiseGod Matthew, deixando para trás seu marido, que é cego. Quem cuidará deste cego e como ele enfrentará a vida sem sua esposa e filhas?”, questionou Asaba.

Um dos feridos é a vizinha de Asaba, Monday Auta, que também é membro da ECWA e levou um tiro no ombro e foi encaminhada para receber tratamento hospitalar. O pastor da igreja, Jonathan Kyoomnom Bala, disse que a polícia não apareceu até as 10h do dia seguinte: “Alguns funcionários do governo também vieram esta manhã apenas às 10h. Esses pastores nos atacaram por cerca de 40 minutos e saíram sem a intervenção dos soldados ou da polícia”, protestou.

FONTE: Gospel Mais